Muitas vezes, me surge constructo obsceno,
que fruto, talvez, dalgum desejo oculto;
e vai crescendo que acaba tomando vulto,
quando, na origem, era humilde e pequeno.
E, por assim dizer, me vejo burro, estulto,
meus versos se parecem com puro veneno;
anulando aquilo que seria só ameno,
e se era elogio, se transforma em insulto.
Porém ainda que minha mente me cobre,
a feitura de qualquer texto, não controlo,
então, por isso, não produzo nada nobre,
Porquanto apenas vivo no nível do solo,
com certa inspiração um tanto pobre,
mas, com tal mediocridade me consolo.
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