Pobre Mariana, infeliz vítima da incúria
Assolada pelo lodo que desce da Vale
Lama pegajosa cheirando morte e fúria
Nada que à mineiradora Samarco abale.
Na ânsia do lucro fácil, essas
empresas
Não atentam para cuidado e segurança
Desastres, portanto, não são
surpresas
Não são como os atentados na França.
A Vale, cujo nome é do vale do rio
Doce
Da Samarco controladora e
proprietária
Se lixa pro desastre, como alheia
fosse
Prá ela o povo vitimado é simples
pária.
E quem será o dono da Vale, por
acaso?
Será ela, como dizem, empresa
privada?
Não meu caro amigo, não é este o
caso
A União recomprou a Vale numa
“jogada”.
Numa mui escusa e bilionária
transação
A nação tem da Vale o controle
acionário
Mas se perguntarem, eles dizem que
não
Mas sabemos todos ser este seu
ideário.
Portanto, legalmente ficamos deste
jeito:
Samarco pertence à Vale que é do
Brasil
Então quem é responsável pelo mal
feito?
Agora amigo, ninguém sabe ninguém
viu!
Contudo, o governo, bravo resolveu
multar
Tascou na Samarco a coima de milhões
Porém, sabemos quem a conta vai
pagar
Trata-se do povo, ou seja, de nós,
bobões.
E lá em Mariana, o flagelado triste
chora
Sem sua casa, sem comida, sem
colchão
E mesmo sequer sabe o que vai ser
agora
Que o mundo desabou e a ele disse
não.
Pois esse, da “Pátria educadora” é o
retrato
Nada sei, não ligo, portanto assim o
deixes
Lama rola de Brasília para Mariana de fato
E rio que já foi Doce, é cemitério
de peixes.
Pois é, aqui no Pindorama é sempre
assim
Parece que o Governo pois, tem uma
meta
Quando seus atos resultem em coisa
ruim
Que o povo se lasque! Ele tira o
seu da reta.
Caro amigo poeta cronista Jair, estás de parabéns pela leitura poética perfeita do triste evento ocorrido em Minas.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas uma ótima semana.