Morte: está escrito, todos
vêm a mim
Portanto, não há nada
que se faça
Tentar se ocultar,
driblar é pirraça
Tampouco vale gastar
seu latim.
Os seres caem no meu
colo, enfim
Onde afunda a
arrogância e a graça
e meu poder se estende
a qualquer raça
Deixando claro qual vai
ser seu fim.
De nada valendo
esquivar-se então
Nunca me importa quem
eu desagrado
E se alguns vão
lamentar e outros não.
Minha missão:
arrebanhar como gado
Fauna, flora, gente
grada e até povão
E todo mundo volta ao
pó degradado.
Caro amigo poeta Jair, realmente, a missão da ceifadora é arrebanhar tudo aquilo que vive.
ResponderExcluirQuando eu era bem jovem, via no poema do Bandeira (colado aqui)
pura ficção, algo além da linha do horizonte, entretanto, hoje, parece-me algo bem palpável.
MANUEL BANDEIRA
...
Consoada
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Um abração. Tenhas uma ótima semana.
Não tem dúvida tratar-se de um poema muito bem construído, bem pensado, tudo como realmente é. E escrito com beleza, até. Mas que coisa mais impactante quando pensamos nela...Que coisa alucinante! E aí pergunto qual é o sentido de tudo isso?
ResponderExcluirAbraço, amigo!