quinta-feira, 27 de abril de 2017

Meio termo

Não quero uma vida sem dúvida e senão
Tampouco levada pelos morosos ventos
Pautada no suceder de poucos momentos
Enquanto permaneço a vagar sem noção.

Por um lado sei: não me apraz a solidão
Que desarvora a alma e deixa dias lentos
Tornando nossos sentido menos atentos
A qual dedico meu mais peremptório não.

Porém se a vida tem a feição dum tornado
E a gente tem medo de ser então levado
Será compulsório evitar tais turbilhões.

Sob pena de fazer essa travessia a nado
Porquanto se optar por permanecer parado
Certamente embotará algumas emoções.

Um comentário:

  1. É isso aí, "quando for tu, que o sejas por inteiro"- mais ou menos isso dizia Fernando Pessoa. E realmente, meio termo é vago. Não vale a pena. Seu poema está muito bom. Parabéns! Gosto imensamente do HAICAI mas tenho dificuldade em escrever algo tão conciso sobre a natureza em tão poucas palavras e sob regras tão rígidas com rimas de difíceis ritmos. Quanto a limeriques, gosto para poeminhas infantis. É legal. Já o soneto dá mais amplidão de métrica, rima, ritmo e rimas em quatorze versos ou liberdade para versos livres. O papa foi Petrarca, um dos bons, Camões - mestre, como houve poetas excelentes nesse estilo literário - gosto de Bocage, excelente sonetista, mas Florbela Espanca também foi um expoente. Eu sou um simples versejador e brinco com as palavras em soneto. Agradeço imensamente sua visita ao meu modesto espaço com elogiosas palavras e considero bom o soneto que lá deixou. Abraço. Laerte.

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