quarta-feira, 16 de abril de 2014

Autenticidade


Era um poeta em crise existencial
Que se vê como pássaro no quintal
E renega o que sua mente encana.
Como ser nobre sem ser Quintana?

Colorar em palavras de aquarela
Sem parecer a fabulosa Florbela?
Escrever sem nunca se locupletar
Como sempre o fez Ferreira Gullar?

E lhe vêm os passarinhos então
Que estes tantos outros imitarão
Mesmo que estejam em revoada

Não lhes acode imitar ninguém
Porque canto natural as aves tem
E pelo canto não nos cobram nada.

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