terça-feira, 22 de abril de 2014

Viver é morrer


O que é imaginado, o que é real
Não é o que sentimos e vivemos
Nenhuma sensação impõe-se tal
Qual amargoso gosto do veneno.

O vida é uma colcha de retalhos
A nós imposta como brincadeira
O caminho vida não tem atalhos
De um lado fogo do outro ladeira.

Somos pedaços de filme cortado
No qual sobrevive o mais forte
E more no final um desalmado.

E jamais contemos com a sorte
Porque nosso destino está traçado
Quem nos dá vida reserva morte.

2 comentários:

  1. Amigo Jair, poeta reflexivo, tudo que nasce morre - óbvio demais, né! -, mas, enfim, vida é batalha, luta vã, quem sabe. Os espíritas e os reencarnacionistas, de modo geral, têm o consolo e a tranquilidade proporcionada pela crença na gradação do processo evolutivo. Um abração. Tenhas uma ótima semana.

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  2. Nossa!! "Quem nos dá vida reserva morte".
    Que mortífero! Mas gostei.

    Espero, quando meu dia chegar, quando meu olhar tiver o brilho opaco da despedida, que eu tenha a doce ilusão de que a morte não me venha tão amarga, que me toque docemente e, sobretudo, com compaixão.
    Abraços.

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