Tarde, arroio canta
sob mata umbrosa
Àquele sol suas viçosas
águas alvejam
Brilha como
cristal, corrente suspirosa
Agitando os nenúfares
que ali vicejam.
Há porém,
presságio de noite luminosa
Enquanto lá no
alto os astros rumorejam
Apaixonados por
corrente tão charmosa,
Borbulhante, sem
feiuras que se vejam.
Chora o ribeiro
bem preguiçoso e dolente
E de inveja a
noite escura também chora
Mesmo a flor
noturna de tal beleza ciente,
Perde sua bela pétala
que o veio descora.
E a pétala bóia
no pranto dessa corrente
Que a tal rosa,
ao luar, chorando enflora.
Caro amigo poeta Jair, quando pus olhos no primeiro poema do "EU" do Augusto, fiquei arrepiado, mas tive de ler todo o livro de sopetão, pois os termos ali empregados me assustavam e me atraiam. Mas a linguagem ficou melhor sob a tua batuta, ficou perfeita, ficou atual; atualíssima.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas uma ótima semana.
Oi Jair
ResponderExcluirTrouxe para encantar uma linda e forte poesia
Gostei demais
Beijos
Passando pra deixar um abraço!!!
ResponderExcluir(...)
ResponderExcluirToma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo,amigo, é a véspera do escarro.
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Um dos mais belos poemas de Augusto dos Anjos, certamente o precursor da moderna poesia brasileira, poesia que daria seu voo somente em 1922, na Semana da Arte Moderna.
Bela tua postagem!