sábado, 30 de maio de 2015

Ao Morcego


Meia-noite, e eu no meu quarto insone
De repente, agarrado no teto, o morcego
Nada que minha coragem me abandone
Ou que viole o refúgio deste aconchego.

É quase ave que mama quando novo
É bicho voador bem prá lá de estranho
Voa, mas não tem penas nem bota ovo
Entretanto feio, causa espanto tamanho.

Num gesto libertário, abro minha janela
E olhar para escuridão lá fora eu o vejo
Uma vontade de cair na noite o atrela
Se vai esse avoante num último bocejo.

Animal sestroso, seu intento não revela
Invadir meu quarto foi somente gracejo.

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