quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A Ceifadeira


Estava a morte ali, em pé diante de mim
Como a dizer que havia chegado a hora
Insinuando que, com ela, me vou embora
Mas que aquele percurso sequer é ruim.

Era a mais fúnebre proposta, outrossim
Aquela pela qual, quem permanece, chora
Eu ainda lhe perguntei: tem que ser agora?
Mas ela respondeu que sempre será assim:

Vocês, mortais, acham que devir ameaça
Querem viver para sempre, serem eternos
Eu lhes garanto, não há nada que se faça
Seja no nirvana, ou no quinto dos infernos.

Porque não desejo amealhar nenhuma taça
Contudo, lhes darei sentimentos alternos.

2 comentários:

  1. Caro amigo poeta Jair, a ceifadora é impassível, mas segundo Goethe, ela teria negociado com Fausto. Lembras?
    Um abraço. Tenhas uma boa tarde.

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  2. LEMBRO, e não me seria nada difícil negociar com ela. Valeu pela lembrança, na próxima visita vou negociar.

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