segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Do alto da arrogância do poder

É natural sonhar que estou numa ilha,
Onde as coisas estão sob meu talante
Sou rei, dono, aquele criador brilhante
Que manda e sobretudo mantém vigília.

Esse pedaço de sonho é como Brasília
Grande e ineficaz como o alvo elefante
Sem olhar em torno, então sigo adiante
Enquanto a politicagem este povo pilha.

Enquanto eu cego numa torre de marfim
Não consigo ver que está ali perto o fim
E tudo que é sólido se desmancha no ar.

Meu mal que tão nefasto se faz ao país
É conter falso brilho de superficial verniz
E esquecer que rapina o povo vai pagar.

Um comentário:

  1. Belo e reflexivo soneto, muito bem construído...Sempre é muito prazeroso te ler, Jair! Sinceros parabéns, abraços, ania!

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