Abaixo,
trecho de postagem copiado do blogue do Chassot: http://mestrechassot.blogspot.com.br/2014/01/14-uma-vez-mais-saberes-primevos.html
“Em um barco havia um homem com cerca de 30
anos,acompanhado de seu filho de 5 anos e de seu pai de 80 anos. O barco
soçobrava. Só o jovem pai sabe nadar. Ele pode salvar apenas um. Quem ele
salva? O menino? O velho?”
Conto esta historieta quando motivo a
busca de saberes populares para fazê-los saberes escolares e acerca da
valorização de saberes detidos por mais velhos, muitas vezes em risco de extinção.
Para os estudantes será natural que o jovem pai salvasse o menino. Afinal ele,
diferente de seu avô tem toda uma vida pela frente. Todavia, na cultura
africana, onde esta historieta tem sua matriz, o natural é que o velho fosse
salvo, por um único argumento: ele é o detentor de conhecimentos que são muito
preciosos para toda a comunidade.
Pois
bem, compus o soneto a seguir com a intenção de atualizar o citado conto:
SOLUCIONÁTICA
Perigo de
morte a todos naquele grotão
Encurralados
os três no interior do mato
Pois
faminto espreitando estava um leão
Pai, o
menino, o avô com medo de fato
Como fazer?
Alguém seria sacrificado
Para que se
salvassem os outros dois
Seria o avô
querido ou o filho amado?
Qualquer
solução dor causaria depois
O pai, aos
céus, fazia pungente oração
Pedindo
resposta para tal problemática
Porque
parecia inviável qualquer opção
Não haveria como empregar uma tática
Mas de repente
ouviu-se a voz do ancião:
Salve o menino,
ele conhece informática!
Depois recebi a resposta de Chassot, que aqui reproduzo sem nenhuma modéstia:
"Muito prezado Jair -- um polímata que se fez poeta!
Sei que poetar não é facil. As musas nisto não foram generosas comigo.
Não basta amealhar rimas. Tu a cada dia fazes isso a partir de mote que te chega no quase acaso, nos assuntos que eu e outros bloguistas te preopõem.
Hoje fizeste uma espetacular releitura da historieta africana que traduz com precisão a valorização do conhecimento não importando a perda do saber.
Fantástico teu soneto.
Há alguns anos acompanho tuas tecituras. Penso que hoje te superaste.
Obrigado por teu poema.
A admiração do Chassot"