segunda-feira, 30 de julho de 2018

Fazendo certo

Quando o fizer, faça-o de fato, direito,
após bem planejar aquilo que pretende;
sem nenhum fechamento ruim, suspeito,
porém, com certa limpidez que surpreende.

Tenha certeza que tua retidão o aprova,
e que existe só exatidão no que fizera;
obra real verdadeira, contudo nova,
saída dum sonho, da mais pura quimera.

Contudo, não pense a todo mundo agradar,
ver sorrisos entusiasmados em seus rostos,
em sendo reconhecido em qualquer lugar.

Porquanto, são muito variáveis os gostos,
é, nossa sociedade, as vezes, bipolar,
saturada de comportamentos opostos.

domingo, 29 de julho de 2018

O monstro

Os que nalgum futuro viverem, verão,
o resultado das ações do ser humano;
mar e ar poluídos, mais devastado chão,
e a terrível degradação do meio urbano.

Homo sapiens desconstroi em demasia,
e frente a fauna e flora demonstra frieza;
devastando muitos hectares num só dia,
não tem qualquer respeito pela natureza.

Para seus conviventes não dedica apreço,
e como não semelhantes apenas os trata,
porquanto desses tais se considera avesso.

Pois assim querem: o ser humano é a nata,
dizendo ser, da existência o fim e começo,
porém, enquanto isso, a natureza mata.

sábado, 28 de julho de 2018

O bardo e o mundo

As vezes, me pergunto como a poesia,
fará deste Planeta um melhor lugar;
porque o vernáculo apenas se fantasia,
pra rimas, estrofes e versos formar.

Mas existe aquele poeteiro galante,
o qual exalta e verseja com excelência;
em cuja obra se vê qualidade constante,
que da responsabilidade tem ciência.

Portanto, beleza e verdade o vate exprime,
não descuidando da vírgula nem do acento,
eis que acaba compondo certa obra sublime,

Deste Planta em universal movimento,
que, dos humanos, toda maldade redime,
e melhora as interrelações, acrescento.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Metier de poeta

Como vate, jamais se veja desprezado,
e também nunca trate mal ou com desdém;
quem eventualmente está a teu lado,
jamais deseje mal a quem te trata bem.

Porém, concorde com a vida nos teus termos,
porque tudo fará parte da tua história;
seja entre multidões ou nos esconsos ermos,
e também para alguma derrota ou glória.

E lembre-se que sonhar é perfeito ofício,
pois de tua obra não importa o tamanho,
nem é julgada por suposto benefício.

Enquanto não se meça por ter algum ganho,
e mesmo que poetar seja mero vício,
jamais pense que ser poeta é estranho.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Lusíadas


Imagem da internet

Movidos por ambição, brio e com bravura,
se fizeram os lusos ao terrível mar;
desconhecendo o que haveria na lonjura,
navegaram pra outras terras encontrar.

Contudo, com dificuldade, eles verão,
questão de meses e não somente de dias;
porque muito duras essas viagens são,
mas o navegador das agruras sabia.

Então vai a caravela arando o mar atroz,
a mercê deste, nem mesmo faz o que quer,
o vento determina se será veloz.

Há que saber que o luso entende do mister,
no oceano, sempre última é a sua voz,
descobridor, enfrenta o que der e vier.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Chegada da noite



Pois, astro rei lentamente adormece o dia,
então, trevas substituem o sol prostrado;
num processo tanto lento como calado,
e perde colorido toda a serrania.

Agora é a vez duma atmosfera sombria,
a qual adormece qualquer risada ou brado;
daí, o que parecia leve, está pesado,
enquanto o sol atrás dos montes alumia.

À frente nada se enxerga da velha senda,
que serpenteia pontiagudas montanhas,
tornando uma possível subida, horrenda.

Na escuridão as coisas se tornam estranhas,
ambiente propício de mitos e lendas,
com estórias horríveis de feias aranhas.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Escuridão

A luz solar não penetra nessas entranhas,
não lhe apetece ver certas coisas estranhas;
de modo que ali impera negra escuridão,
impedindo de vermos como as coisas são.

O vale encontra-se escondido pela neblina,
então os sons propagam-se pouco, em surdina;
é algum mistério que aquele esconso traduz,
onde não é bem vinda a claridade da luz.

E nunca desnuda-se a envoltura de véus,
que impedem enxergarmos nesgas dos céus,
porquanto vamos errando pelo caminho.

De alma atribulada, corpo andando sozinho,
apenas me arrasto, muito, muito cansado,
donde sequer consigo enxergar o prado.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Fim dos tempos

Homem contra Planeta, batalha renhida,
mas está ganhando esta luta o celerado;
harmonia entre eles, um sonho do passado,
e que mais e mais esta sociedade olvida.

Se depender do homem, Gaia está  perdida,
porquanto degrada todo dia seu estado;
algum convívio com homem, abandonado,
cresce ameaça contra sua própria vida.

Mas, o mundo, a paciência perde algum dia,
então suas latas complacências somem,
talvez volte a chorar aquele que se ria.

No entanto, não haverá meios que tomem,
pra reverter terrível e final razia,
e a culpa do fim dos tempos será do homem.

domingo, 22 de julho de 2018

Humanos prá que?

Por que tu vives, ó humana criatura,
se só desatinos pelo mundo pratica;
da natureza não sabes fazer leitura.
portanto, destrói seres apenas por nica?

Será que aquilo que te falta é cultura,
ou és somente chato fazedor de futrica;
envenenado de ódios por essa altura,
e então argumentos bestiais fabrica?

O Planeta seria melhor sem você,
fauna e flora, harmônicas e bem felizes,
mas, com sua presença morte é que se vê.

E nada segues daquilo que tu dizes,
sequer explicas razão e nem o porquê,
energúmeno! não à toa vives em crises!

sábado, 21 de julho de 2018

Mãos de cada um



Merecem grande homenagem nossas mãos,
pródigas, construtoras, autoras de gestos;
são   apêndices   maestrais  dos   cidadãos,
que, rebelados,  com elas fazem  protestos.

Nua ou enluvada, indispensável é então,
pega  coisas, empacota  até  pede  esmola,
digitando meus versos aqui, por que não?
enquanto outra,  segredo  do  cofre  viola.

Unhas e dedos  mesma  quantidade  o são,
utíl sempre, no tempo seco e quando chove,
mas , tem   outra   finalidade   pro  ladrão.

Como um ladrão brasileiro sempre  promove,
sim, ladravaz  em   cana um bocado  chorão,
que dedos naquelas mãos, tem somente nove.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Enquanto isso na Finlândia



Bobo da Corte foi conversar com Putin,
de Ivan, o Terrível, seu melhor sucessor,
foi comido e cagado tal fosse amendoim,
mas, ainda  lhe  devotou juras  de amor.

Apedeuta juramentado que o bom se acha,
Trump, desancou dos USA sua segurança;
porém  lhe   fizeram  boneco  de  borracha,
mas, no rítimo de Putin, eis que ele dança.

Donald Trump envergonhou demais seu País,
porquanto  de  Putin  foi  o perfeito  capacho,
eis que,  Vladimir  Putin  fez  dele o que quis,

No entanto o Bobo da Corte se diz “o"  macho,
diz-se  o fodão, aplaudido e com direito a bis,
e  não passa de um  energúmeno, eis que acho.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Musas


Minhas musas comportam-se tal como fadas,
agem nos meus textos, ditam minhas rotinas;
as vezes, me acodem ideias repentinas,
talvez, vindas das comissuras desdobradas.

Minhas musas não têm cabeças coroadas,
nem se ocultam nas atras esconsas neblinas;
porém, suas vozes se fazem argentinas,
quando buscando vates ganham as estradas.

A distância ouço, quando a musa por mim chama,
mesmerizado, sem pensar em nada, a sigo,
porquanto seduz-me essa cativante dama.

Mas permaneço bem se ela não vem comigo,
quando brava, minha presença não reclama,
porque sei que será sempre meu forte abrigo.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Leis da natureza

A vida deve ser um aprender constante,
o puro observar o que se encontra ao lado;
ter a mente focada no saber errante,
captar seriamente o que te for ensinado.

Porquanto este Planeta muda a todo instante,
portanto, nada é igual ao que fora sonhado;
mas lei natural das coisas não é dissonante,
porque, se existe, nosso deus não joga dados.

Pois com leis férreas universo foi feito,
cada menor detalhe no exato lugar,
repousando no arranjo final a seu jeito.

E certamente não existe modo de mudar,
porque toda conjuntura é certo conceito,
a qual um dia veio pra sempre ficar.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Criar é...

As vezes, me acode apenas o termo brando,
que no tecer inconsútil, sequer é fio;
mas há palavras que sem convite vão entrando,
então aquecem o texto que antes era frio.

Mas o texto me convida de vez em quando,
a não pensar, somente curtir um estio;
e, mesmo assim, algum teor vou bolando,
em que pese sair desvairado ou sombrio.

Ah! contudo, por vezes acode-me o pranto,
cobrando-me sentimento na minha veia,
do tipo que no mundo cause certo espanto.

E não importa se a palavra pareça feia,
porquanto criar é produzir algo enquanto,
a mente se encanta com canto da sereia.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Homem e a Terra

Morre-se um pouco a partir do dia que nasce,
a tal morte vem sem explicar os porquês;
estende-se a todos ninguém fica pra indês,
então fadamos a encontrar horrível face.

Aproveitemos antes que esta vida passe.
cada dia vivamos, um de cada vez;
por todo ano, toda semana e todo mês,
porquanto a morte não escolhe clã ou classe.

Sejamos guardas deste Planeta cortês,
que nos acolheu tão favorável assim;
se o conservarmos, um certo dia, talvez,
nós faremos parte dalgum lindo jardim.

Se formos vítimas de nossa estupidez,
levaremos a vida na Terra a espúrio fim.
.










domingo, 15 de julho de 2018

Vivendo e aprendendo

Antes da escalada lembre-se da descida,
porquanto subir é atividade que enleva;
é uma fascinação como a que sofreu Eva,
buscando alma na ingenuidade perdida.

A escalada é que dá conformidade à vida,
cada passo um pouco acima nos eleva;
talvez um tanto à luz, ou mesmo à treva,
para findar na sepultura adormecida.

Fazer a corrida em busca do vil dinheiro,
enquanto os demais estão por aí fazendo,
é dar-se só ao material de corpo inteiro.

Saibamos, esta vida não é um mero adendo,
porque traz conflito profundo e verdadeiro,
que aprendemos enquanto vamos vivendo.

sábado, 14 de julho de 2018

Metamorfose

Ah, se pudesse escolher o que for,
pois seria muito bom, certamente;
gostaria então de ser uma flor,
bem colorida, de boa semente.

Porém não será apenas o querer,
que mudará o corpo material;
pois a natureza assim fez meu ser,
e não mexerá o produto final.

E, como sonho sequer paga imposto,
sonhando com hipóteses eu fico,
pois menos vale dinheiro que gosto.

E mais vale ser flor que homem rico,
quando no espelho percebo meu rosto,
meu semblante para flor modifico.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

A estrada

E pela estrada alongada, brumosa,
uma caminhada estóica e doída;
passos medidos, mas alma ferida,
entre obstáculos, a face chorosa.

Claro, não existe caminho de rosas,
porque toda senda é a própria vida;
e ao nascer já estamos de partida,
envoltos em neblinas vaporosas.

Sombras poucas, nas luzes ardentes,
nunca há silêncio, apenas rumor,
as aves antecipando poentes.

Pernas cansadas pensamentos cheios,
sem ânimo e lucidez pra se impor;
pois viver é morrer por outros meios.