terça-feira, 30 de maio de 2017

Visão de vida

A existência é construída de lições
Então, destas, tirar todo proveito, quero
Contudo nada traumático ou severo
Mas, analisando prós, contras e senões.

Ainda que exista muitas contradições
O melhor deste mundo, portanto, espero
E, para tanto, sou discreto porém sincero
E desejo pra cada um, suas porções.

Muitas vezes, observado, eu fico quedo
E não é desconfianças nem tibieza
É provável que eu esteja talvez azedo.

Nesta luta não sou rapinante ou presa
E tampouco prisioneiro de algum medo
Entretanto, bem melhor é ter certeza.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Fluxo contínuo

Porque a história humana é um fluído
Mas se sólida fosse, seria tronchada
E basta analisa-la com simples mirada
Então se verá em tudo o maior sentido.

Não é exata, seu fluxo não é medido
Mas poderá ser, realmente, tudo e nada
Só depende de que modo ela for olhada
Contudo, seu andar não pode ser contido.

Neste altar onde o lume da história arde
Não poderá existir força que a confine
Então a história se espraia sem alarde.

E embora o historiador se obstine
Só cruzará sua história bem mais tarde
E existe preocupação que ela termine.

domingo, 28 de maio de 2017

Dias de outono

Desde a noite inteira continua chovendo
E senti esta chuva chata ainda dormindo
Neste momento, lá fora ela está caindo
Enquanto este soneto, eu vou aqui escrevendo.

Pra mim, chuva, bem inoportuna está sendo
Com este molhado domingo quase findo
Monótono, minhas pálpebras já caindo
Num desesperançado cansaço tremendo.

Bem, graças à chuva estes versos eu os faço
Símbolos do pico deste molhado outono
O qual pede cobertor quente e um abraço.

A estação, contudo, convida a um bom sono
Para deletar do corpo o velho cansaço
Então, deixar-se levar por lasso abandono.

sábado, 27 de maio de 2017

Ambição

O bicho homem é por demais insatisfeito
Só porque cada vez, mais quer ter possuído
Pra ele, só cumular parece ter sentido
Tal como, só assim pudesse ganhar respeito.

Diz, então: eu cumulo, este é meu jeito
Apenas dinheiro, entra no seu ouvido
Ao ter, invés de ser, ele está convertido
Há grana? nem importa caminho estreito.

Ao chegar no fim, notará não ter vivido
Aí, quem sabe, lhe venha alguma dor no peito
Percebendo na vida, seu peito doído.

E arrependido, morre sem nada ter feito
Rapidamente caindo no profundo olvido
Mas seu dinheiro deixa o filho satisfeito.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Natureza

Há que, pela janela, enxergar lá fora
O que existir das amarguras a esplendor
A nuvem, a floresta, e o brilho da flor
Perceber exatamente o aqui e agora.

Contudo, percebe mais aquele que explora
Que conecta seu interior ao exterior
E vai explorando ao longo do corredor
O tempo todo, a qualquer aprazada hora.

Vê-se que natureza não é misteriosa
Porém, tem o condão de despertar seu riso
Então na sua proposição jamais mente.

Também está com tudo, mas não está prosa
Diz ela: quando mudar, a vocês aviso
Mas, por enquanto, vou seguindo para frente.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Cacatua

Fonte internet - kamistad.net
Cacatua, esta ave tão espetaculosa
Animada, persistente, então garrida
Que faz da mata fechada sua dormida
Então, no amanhecer à fauna se entrosa.

Gosta de insetos e da fruta saborosa
Faz seu ninho numa árvore ensombrecida
Comer e criar filhos, sucesso na vida
Vive com um só companheiro que desposa.

Adaptável ao campo como à montanha
Desde que tranquila naqueles locais viva
E dos meios que por ali tem se acostume

E sua companheira sempre a acompanha
Nos seus tais deslocamentos de fugitiva
Também na cria do filhote até que emplume.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Velhice é foda!

Juntas duras, dores e pelanca caída
Vésperas de ficar horizontal na mesa
Sendo que é na farmácia a maior despesa
Fazer com cuidado, numa justa medida.

Velhice, uma alma já quase ascendida
Desta vida descobrir aquela crueza
E caminhar pela rua a maior dureza
A cada dia um pouco menos de vida.

E jamais usar uma cueca apertada
Esquecendo-se que houve dias de glória
No inverno, não esquecer gola levantada.

Lembrando muitas vezes da longa jornada
Mas esquecer até que tivera memória
Sentado na varanda, vida sossegada.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Objetivo

Todos querem uma vida realizada
Da onda da fortuna não querem ficar fora
E, se possível, tem que ser aqui e agora
Porém, sem realizar ou merecer nada.

A lei de Gérson, essa tão equivocada
Pela qual quem não se beneficia, chora
Então deve pegar seu chapéu e ir embora
Porque acabou de perder aquela parada.

Mas a vida realizada em qual medida?
No amor, na profissão, ou na sua inteireza?
Que não despedace, que se mantenha unida?

Então que essa vontade seja sua empresa?
A qual tenha um final e um ponto de partida
Porém que não mantenha sua existência presa.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Nada é como queremos

Genial, se como queremos, tudo fosse
E, cada coisa, mesmo todas, detalhadas
A observar, nossas mentes extáticas, pasmadas
Então o mundo, a nós, pareceria um doce.

Porém, isso implicará em sempre vencer
O mais das vezes, nossas mãos manietadas
Ávidos, perdemos saborosas bocadas
E acredite, nunca ninguém vai se condoer,

Contudo, haverá conformidade na morte
O que não é afirmação animadora
E tampouco o mapa da busca do tesouro.

Vida, linha inconsútil, não existe corte
Igual como todo o duro caminho a fora
Só que de contorno áspero e duradouro.

domingo, 21 de maio de 2017

A luta

Sou marginal, poeta, artista peregrino
Luto contra a tirania de minhas falhas
E há no caminho recônditas muralhas
Convidando-me cometer um desatino.

Porém, muitas vezes, não passo de menino
O qual, ainda, sequer faz jus a medalhas
Virgem de pelejas, confrontos e batalhas
Mas vivendo como fora algum paladino.

Porquanto a vida é como água corrente
Brava, que um dia levará a sepultura
Da maneira como a natureza consente.

Ao término, onde não haverá formosura
Tampouco haverá bondade tão somente
Eis que não existe mal que pra sempre dura.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Vive-se a vida

Muitas vezes há que se conformar, portanto
Uma existência não é só calma e sossego
Quando de calças curtas então fores pego
Sendo natural, não deve causar espanto.

Terás umas poucas alegrias se tanto
Preserve bem preservado bom aconchego
Assim como segure bem firme seu emprego
Pra que nunca, jamais escute-se teu pranto.

Apesar de tudo essa vida te foi dada
Por mais que preveja assim tão aborrecida
E se conforme, é melhor isso que nada.

Custa muito pouco viver nessa medida
De vez em quando vai dar uma aliviada
Então lembre que só vivemos uma vida.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Usura

Há os que lutam apenas pela fortuna
E que não lhes preocupa seu semelhante
Dinheiro mais dinheiro, busca-lo adiante
Pois, ambicioso, não há lei que te puna.

A riqueza é mestra mas nunca foi aluna
Premia o néscio mas penaliza o pensante
O ególatra pensa que dela é amante
Portanto a tal riqueza jamais o importuna.

E dinheiro guardado sempre prolifera
Se não, será mera manteiga derretida
A qual vivente nenhum segura, não empalma.

Pois para ganhar dinheiro nunca se espera
E torna-se ocupação para toda vida
A qual escraviza o corpo e castiga a alma.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O clima

Medonho, o violento clima furioso
Dia borrascoso de magro sol esquivo
E, de repente. mal se nota se está vivo
Neste dia que a muito pouco fora airoso.

Uma tormenta que despreza o sol, seu esposo
Contudo, tímida quando este estava ativo
Agora parece acanhado fugitivo
O qual ocultou-se dessa chuva, receoso.

O clima é honesto, não causa de engano
As vezes muito rude, e as vezes suave
Traz festa, como pode causar dano.

O tempo ruim desata, não traz entrave
Se fustiga a terra, agride até o oceano
De qualquer maneira, só pretende ser grave.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Envelhecendo

Articulações fracas, dores na coluna
E impossibilidade até sonhar façanhas
Na musculação, umas contrações estranhas
É velhice, que à memória traz lacuna.

Não há como que a ação ao pensar una
Os dedos das mãos tal como lerdas aranhas
Só longínquas lembranças de velhas campanhas
E tem mais, cama macia, sempre oportuna.

Para fazer xixi em cascata, evento dúbio
Ali em baixo, um ser moribundo apenas
Que até já esqueceu o que seria conúbio.

Por outro lado, expectativas tão pequenas
E sequer em pensar de conhecer o Danúbio
No máximo esquina de casa, a duras penas.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Justiça

Internet: royaltimes.net
Dizem por aí, é cega e surda a justiça
Mas vê e ouve do suplicante, a prece
E intervém mesmo se não te apetece
A ninguém é, praticamente, submissa.

Na sociedade instável e movediça
Solidez da lei e da ordem permanece
Dúvida existe? Razão prevalece
A balança da lei está nessa liça.

No planeta, na orquestra das nações
Justiça ilumina com seus clarões
Cidadãos aquiescem quedos, mudos.

Com ela crime e malfeitos se abatem
Decidem vitória dos que combatem
Aos mais fracos oferecendo escudos.

domingo, 14 de maio de 2017

Às mães

Hoje não é um dia como outro qualquer,
Para homenagear a mãe se faz mister
Essa que a seus filhos se doa sem pensar
Mas, lhes dá asas para que possam voar.

Ela que sente agruras da maternidade
Cujos filhos nunca crescem, não têm idade
E que, no turbilhão da casa, está serena
Porquanto toda bagunça será pequena.

Mãe que não se furta aplicar algum castigo
E quase sempre de avental sobre o vestido
Porém, dos revezes sempre tira coragem.

Pelos filhos, descuida de sua imagem
E os defende atacando como uma leoa
E inexiste no mundo mais bela pessoa.

sábado, 13 de maio de 2017

A dor é amiga

A vida te dá, aproveite-a um punhado!
Se deixar, ela escorrerá como areia
E jamais receberás quinhão do teu fado
Enquanto ao teu redor este mundo se alteia.

E a vida é única, não é a que tenho
Pois encare-a sobranceiro e sem medo
Como a carregar só, um pesado lenho
Ignorando quem ao lado, ali fica quedo.

Saiba que à frente, obstáculo tamanho
Diga, maior problema maior o sucesso
Admitindo que, sem dor não há ganho.

Carinha, então muito pouco eu te peço:
Não deixe a existência te dar um banho
Não peque por falta, peque por excesso.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Pérfido molusco


O molusco fanfarrão vende fantasia
Seu pior e terrível produto nefando
Então se diz o Mais Honesto, quem diria!
Onde arriba, conduz a reboque o seu bando

Hoje a nação brasileira está empestada
Porquanto seu governo foi a maior desgraça
Ladroagem de alto cunho, desembestada
Cujo maldito resultado jamais passa.

Porém, vai dizendo que não sabe de nada
Sinceramente, com maior cara de pau
Diz que, honesto, tem conduta mui honrada.

E tem mais, se acha um cidadão especial
Que foi o melhor presidente da pátria amada
E que a Lava Jato tornou-se o maior mal.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Elite branca?


Eles condenam a chamada elite branca
Porque são despossuídos, supostamente
Altivo, o Chefe Honesto, os ricos desanca
Assegura: - nós somos pobres minha gente!

Parece que não é bem assim, entretanto
Há por trás dessa campanha, coisa escusa
Honestão, cheio de falas, cheio de encanto
Quando sai pelo país, de jatinho abusa.

Pera aí! É elite quem anda de jatinho?
Ou dessa acertiva, não entendi nada!
Ando de busão, sempre bem quietinho
Então não consigo deglutir essa parada.

O Honestão, que se faz sempre de santinho
Na cara dos pobres dá uma bofetada.