quinta-feira, 30 de março de 2017

A Noite


Então, divagam na noite meus pensamentos
Despejam o acúmulo que se fez no dia
Pois livram-se duma cotidiana agonia,
Para jamais se tornarem reais tormentos.

Se as terríveis dores, as levassem os ventos
A paz perfeita a humanidade veria
Livrando-nos duma escravidão da enxovia
E construindo-se a vida com incrementos.

Varrendo tudo minha mente se adormeço
Enquanto não tenho que pagar nenhum preço
Pois que zera meus dilemas e some o estresse.

E mesmo, as dores deste mundo não me vêm
E quando amanhecer estará tudo bem
Oh noite! Teu aconchego, sempre boa messe!

quarta-feira, 29 de março de 2017

Talvez

Não existe almoço grátis, tudo possui custo
E não há dia que dádiva não se encontre
Mas de graça, só por do sol no horizonte
Ou ruína de coisa queimada, mero adusto.

Quando lhe é apresentado preço, cadê susto?
Ainda que numerário certo não conte
Neste caso, busca-se porém outra fonte
Nesta vida sempre existirá o preço justo.

Mas até certa gratuidade singular
E que jamais em nosso bolso vai pesar
Será evento da natureza tão somente.

E surpreenderá quando menos se espera
Talvez surgindo raramente em cada era
Benvinda, e agraciando até bichos e gente.

terça-feira, 28 de março de 2017

Vernáculo vivo vence. Viva!

Oh! Vernáculo, ainda serves toda gente
Tu és base da ciência e da filosofia
Então consegues sobreviver facilmente
Apesar da internet e sua tirania.

E manténs tua força porque tu és ingente
Mas, a web os navegadores inebria
És velha na forma, e permaneces presente
Render-se à degradação é pura ironia.

Não vais sumir, erigiu nosso pensamento
Admitir que sejas substituído é tormento
Praqueles que te construíram e o mantém.

Gramática da web é meretriz devassa
Que qualquer analfabeto marginal traça
E não vamos viver sem a crase também! 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Sonho?

Sonho utópico, sonho de épicas visões
Criado pelos meandros dos pensamentos
O qual recusa ser levado pelos ventos
Pelos tufões, terremotos e turbilhões.

Então sonho de indagamento e de senões
Donde nunca brotam agruras dos lamentos
Nem trafega por esconsos ares nevoentos
Porém são bem distinguíveis suas feições.

Enxergo portando, um retrato de minha alma
Que tem o vezo de revelar-se e tudo acalma
E deste corpóreo invólucro se desprende.

E creio que essas minhas internas vozes
Me sejam umas carrascas mais atrozes
Consciência travestida de óbvio duende.

domingo, 26 de março de 2017

Feliz aniversário POA!


POA, alcunhada como cidade sorriso
O que pouca justiça portanto lhe faz
Realmente, quando nas suas ruas piso
Tenho sensação duma metrópole audaz.

Olho Praça da Alfândega e Rua da Praia
Mundo agitado dessa gente que ali passa
Um retrato vívido da imponente Gaia
Industriosa e bastante agitada massa.

Agita o domingo o Parque da Redenção
Lá, cuias e bombas, e muito artesanato
E portalegrenses, tão sérios como são.

Grande Portalegre, no sentido mais lato
Registro que por ti tenho certa paixão
E que por todos és querida mero fato.

sábado, 25 de março de 2017

Dimas

Em alta voz continuo eu clamando em vão
Talvez hesitante, talvez desesperado
Prevendo aprovação, mas receando o não
Até mesmo apresentando certo ar cansado.

Qual Diógenes, procuro com lampião
Um homem seja senador ou deputado
Bom, probo, e da honestidade um campeão
O qual, jamais dum erário tenha roubado.

Sei, político desse jeito é uma ilusão
Que pode manter todo cérebro ocupado
Porquanto todo bom político é ladrão.

Como Dimas, que de Jesus estava ao lado
Aquele que na cruz, Jesus deu absolvição
Mas que agora se arrepende de ter salvado.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Floripa faz anos


Ilha tão gentil, airosa que a mim assiste
Lugar que me deixa tão tranquilo e contente
Hei de canta-la agradecido eternamente
A vida que levo, que não me deixa triste.

De suas praias donde a beleza subsiste,
O que de melhor desta vida se consente,
Dá ao turista muita paz, praia e sol ardente
E num ótimo acolhimento tu consiste.

Se me fora presenteado merecer-te
Tanta animação de vida me conquistou
E nem imagino num momento perder-te,

Regalo-me porque nesta Floripa estou
Realmente desejo pra sempre assim ver-te,
O melhor, fez-me o quase poeta que sou.

Àquele passado

Num distante e difuso pretérito quando,
O que esperar do futuro não se sabia
Da mão para boca era o pobre dia-a-dia
O que não obstava de se viver sonhando,

Porque aquele vital existir era brando,
E tudo que era visto a gente conhecia
Se deitava à noite, no leito amanhecia
Enquanto uma vidinha modesta ia rolando.

O aconchego na família envolto existia
Pois então cada conhecido bom amigo era
Sonho de ser muito feliz solto corria.

Exatamente de acordo como se espera
Superava o desassossego, nossa alegria
Um planeta feliz, numa mais feliz era.

quarta-feira, 22 de março de 2017

22/03 Dia mundial da água

Há um bem que seu valor não se pode medir
Onde escasseia nos mostra a falta que faz
Jaz no solo, ou vive nos rios a fluir
E de transformar a nossa vida é capaz

É a água, esse líquido tão comum e vital
Dado que sem ele não existirá vida
Implica que é tremendamente especial
Assim, sem água não temos qualquer saída.

Dia virá que a poluição deste Planeta
Atinge toda a água que nos dá sustento
Água podre será nossa brutal grilheta.

Graças aos viventes está perto o momento
Uns malucos a tentar água de proveta
Agora, num Planeta em desmoronamento.

terça-feira, 21 de março de 2017

Rememorando

Olho para trás e as vezes sinto saudades
Das histórias, dos eventos e dos caminhos
Sei, não foi um paraíso de felicidades
Havia muitas rosas, milhares de espinhos.

Mas, marcaram de sobejo, tantas bondades
A natureza, rios, aves, seus nos ninhos
É fácil esquecer traições e falsidades
E que nessa estrada não estamos sozinhos.

Agora meu semblante assim meio tristonho
E meu sentimento pelo mundo espalhado
É pragmática existência reduz o sonho.

As vezes uma incômoda cota de agrura
Deixa impressão à minha vida ter chegado
Bloqueando a querida e benvinda ventura.

segunda-feira, 20 de março de 2017

É a vida?

Moribundo e engastado no último leito
Medita quieto sobre esta obscenidade:
Viver comedido e pregando a piedade,
Em todos seus gestos quis ser perfeito.

Mas o caminho do céu parece estreito
Consiste em disciplinar a humanidade
Pouco vale a mentira como a verdade,
Pobres os que creem naquele conceito.

Quando morte vem buscar as coitadas
Dizem que pelo céu foram convocadas
E cada uma, então, mostra-se serena.

Mas, acabam percebendo lentamente
Que foram logradas, como toda gente
E que o céu as julgará dignas de pena!


domingo, 19 de março de 2017

Igualdade

Se te vês tal como prodígio de alto grau
Imagem de certo valor que jamais passa
Melhor que os outross viventes por sinal
Sem nenhuma trama ou solerte trapaça.

Olhe-se no espelho, você é aquele, tal qual
Mulher ou homem o qual faz parte da massa
O que o nivela a todos outros, afinal
Sem nada que você possa pensar ou faça.

Iguais somos nós, assim o destino quis
Guarde pois os teus dissabores para ti
Um dia sem raiva, será um dia feliz!

Afinal descontraia, e o mundo lhe sorri
Independente do que se pensa ou se diz
Saiba, temos direitos de estar por aqui.

sábado, 18 de março de 2017

Ilusão da religião

Os pecadores clamando ao céu distante
Crendo nos santos e nos deuses invisíveis
E se existe forças, estas são impassíveis
Controladas por um ser não beligerante.

Entretanto, argúem de modo incessante
Metaforicamente, ou de jeitos incríveis
Dizendo-se sofridos de dores terríveis,
Numa turbulência fatal, pois delirante.

Contudo, se não existir o deus clemente
Tal como a própria eternidade não existe
De que adianta tanto apelo dessa gente?

Porque tanta angústia torturante, tão triste
A qual de nada vale por mais que se tente
E que, só de palavras ao vento consiste?

sexta-feira, 17 de março de 2017

Decrepitude

Os pés arrastando, cansados olhos baços
Percebendo o mundo como estivesse lento
Falando pouco, escrutina com pensamento
Vive a incapacidade de seus cansaços.

Encolhido sequer se expande nos espaços
O mundo parece turvado e pardacento
Cada dia que acorda torna-se um tormento
Porque desapareceu o tônus dos seus braços.

Esta vida das esperanças destroçadas
Repleta de decepções, eivada de nadas
É uma triste velhice irmão, poço sem fundo.

Inferno de Dante, de gente impenitente
Onde grassam dores e lamentos ardentes
As quais suplicam para agora, o fim do mundo!

quinta-feira, 16 de março de 2017

Sono


Sabemos que não dormir é muito ruim
E que interfere no dia-a-dia do homem
Mas apenas quem não dorme tão bem assim
Acusa que seus entendimentos somem
Noite mal dormida é mui terrível, enfim
Assim o insone, tem vida de lobisomem.

Deitar e se ver contando seus cordeirinhos
Oblitera o conforto, cama vira espinhos

Sono deverá ser da melhor qualidade
Oito horas, é o mínimo que se deseja
Nada como descansar tal qual um frade
Ouvir o chamado de Hipnos ou o que seja.