sexta-feira, 30 de junho de 2017

Palavras

Dizem, mil palavras valem um gesto
Contudo, palavras tem próprio brilho
Por vezes oculto, ou manifesto
Como paráfrase ou trocadilho.

Palavras não dividem e dão resto
E se não o fazem são grande auxílio
São mensageiras sérias de protesto
Essenciais em qualquer estribilho.

Não existe o que a palavra não faça
Do sacro, do vernacular, ao estranho
É o melhor instrumento da praça.

Em qualquer comunicante dá banho
E informa ao erudito e à massa
Isto de muito tempo, desde antanho.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Palavras

E bem aventuranças à palavra impressa
Pois escrever é nunca pregar no deserto
O texto que se escreve, melhor regressa
Me vejo bem quando estas teclas aperto.

Se existe alguma forma melhor do que esta
De divulgação do equivocado e do certo
Deverá ser uma coisa obscura a beça
A qual nunca se encontra bem aí por perto.

Mas quando o escritor tem na sua bagagem
O que poderá traduzir em conteúdo
Deseja ao mundo divulgar a mensagem
Mostrar ao Planeta que jamais será mudo.

Então estas palavras são minha passagem
E por meio delas pretendo contar tudo.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Versejar

Pois é, acordei com a mente desolada!
Contudo, poetar eu simplesmente quero
Como eu devo resolver esta parada
E que seja poema solúvel e austero?

O cérebro: tua cabeça está cansada
Pois isso será um problema muito vero
Por acaso nossa mente não pensa nada?
Então, normalmente, isso eu não espero.

Portanto, que tal se fizer versos tacanhos
Sem qualidade, sem afeto ou sabor
Os quais aos leitores lhes pareçam estranhos
Como aqueles que não costumo compor?

E também não sei se tais versos trarão ganhos
Ou traduzem cores e perfume da flor.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Atrocidades

O alienígena na primeira mirada
Observou o planeta, então ficou triste
Daí, que deu sua visita por encerrada
E, quem entre tanta violência resiste?

No mundo só matança é organizada
Militares mantém suas armas em riste
São conduzidos à guerra como manada
Onde, na luta apenas morte os assiste.

Parece: Homo com a morte tem um pacto
Então, é por isso que a guerra ele faz
No campo de luta, um íntimo contacto.

De grande atrocidade homem é capaz
Lhe apraz olor de cadáver putrefacto
E gosta de conviver com pessoas más.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Ideologia


A humanidade vai seguindo no cortejo
E sem questionar se deve ser destarte
Certa conformidade, neste jeito, vejo
Como se observasse do planeta Marte.

Sou homem, portanto, como ela, festejo
Cheio de orgulho digo: eu fiz minha parte
Porém, há distância entre fazer e desejo
A menos que a demanda seja baluarte.

Para onde irá humanidade e seu anelo
Sem que muito mais para todos se faça
E acabar com a guerra e o desmantelo
A qual extermina os viventes em massa?

A resposta não está na foice e martelo
Pois esta se fez autora dessa desgraça.

domingo, 25 de junho de 2017

Mineração

Adriano, mineiro na Austrália

Antes, o ser Humano quase um derrotado
Sem meios de alcançar a civilização
Seu desenvolvimento assim bem limitado
E sequer conhecia alguma solução.

Então passou a deslocar-se pra todo lado
Àquele mundo tacanho ele disse não
Onde sempre, infeliz, estava plantado
Por conhecimento não eficaz então.

Porque não sabia do tesouro enterrado
Não mostrara a terra, as coisas sob o chão
Até que um dia o homem a tenha escavado.

Sendo exumados os tesouros, pois estão
Por homem duro, perspicaz e denodado
                      Que se aplica à faina da mineração.

sábado, 24 de junho de 2017

WASPS

Pois é, nesta Terra assim multicolorida
De feições e nuances de uma aquarela
Natureza não demarcou cor preferida
A qual a faça talvez melhor, ou mais bela.

Cores há em tudo, mesmo em nossa vida
Cor negra, branca, azul, verde, amarela
São dádivas de encanto, nunca de medida
Então não julguemos por esta ou aquela.

Mas, o tolo homem branco se diz capaz
De tudo fazer, no alto nível, por sinal
Diz que, mesmo o impossível ele o faz.

E que homens outros fazem apenas mal
E, seus escritos destinos é ficarem pra trás
Por isso, ser branco é ser especial.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A vida é assim

E nesta vida vale a pena tudo que perdura
Porquanto acaba o bom e ruim com a morte
Pois, desta terrível empolgante aventura
Bem melhor será transforma-la num esporte.

Não me acostumo se uma coisa não dura
Porém há coisas duráveis prá minha sorte
Tal diáfano quadro ou pétrea escultura
Desde que, pela arte, o Planeta se importe.

Aproveitemos pois, enquanto a vida não passa
Construamos castelos, nossas ilusões
Porque as melhores coisas nos são de graça.

Veja o por do sol! pode reunir multidões
Porque não há qualquer óbice que se faça
E nada se paga, nem sequer uns tostões.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Paraíso Tropical


Meu caro amigo, o Éden é bem aqui
Neste belo Pindorama, neste país
As vezes conhecido como Patropi
No qual, em tudo é melhor, por aí se diz.

Veja o caso deste Roger Abdelmassih
Foi preso, mas fugindo quando bem o quis
Viveu muito bem lá fora, segundo ouvi
Com dinheiro, mulher e filhos, bem feliz.

Cumpriu somente três aninhos de prisão
Porém, como nossa justiça é fuleira
Às grades, esse facínora disse não.

Mulheres indignadas, ele de bobeira
Rindo, de todas na maior satisfação
Rindo até da ridícula tornezeleira!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Eis a bandidagem!

Ética, palavra banida pelos bandidos
Um desconhece o outro. Nesta ocasião
Se faz de perfeitamente desentendido
Embora tenha voado no seu avião.

Na justiça, se dizem meros conhecidos
Sem nada pra conversar e sem comunhão
E sempre será assim como assim tem sido
Se perguntam se é amigo, digo não.

E dizem até que o recebi no Jaburu
Mas é conversa fiada pra boi dormir
Porquanto sou um presidente numa boa

Agora que está cheio de caroço o angu
O paspalhão, a merda não quer assumir
Quem refresca ânus de pato é lagoa!

terça-feira, 20 de junho de 2017

Surrealismo!


Aquele diz que molhou a mão do presidente
Este, em defesa, diz que o outro é ladrão
Portanto, eu acho que nenhum deles mente
Por isso, fica claro que ambos têm razão.

Pois a canalhice na política impera
E, ao longo da República assim tem sido
Aquele que roubou pouco, morreu, já era!
O Brasil hoje: valhacouto de bandido.

E temos, Temer versus Joesley Batista
Os quais a pouco tempo tinham confraria
Que roubavam nosso erário sem dar na vista.

Agora na mira da justa, quem diria!
Parece até coisa de comuna fascista!
Fora da vida real, uma fantasia!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Lá em Kiama

Liam, Megan e Adriano em Kiama., Austrália

Pejada, carrega no ventre a criancinha
Como toda mãe, no paraíso padece
Enquanto seu já nascido rebento cresce
E do pequeno Blake, parto se avizinha.

Há poucos dois anos, sequer um bebê tinha
Se tem sentido, bebês são uma benesse
Em algum contexto, melhor se mais houvesse
Porquanto, na Austrália, tem sido nessa linha.

Então para Blake, já se prepara o leito
Pois enfim, Liam terá um pequeno irmão
O que para Adriano e Megan é perfeito!

Dai, todos, até a Budgie, felizes estão
Vivendo em Kiama, e tirando proveito
Desse litoral de lazer e diversão.

domingo, 18 de junho de 2017

Frio

Nesta temperatura que causa arrepio
Seja de madrugada ou a qualquer hora
Aquele que comanda esse tempo, o frio
Imperando do anoitecer até a aurora.

No quentinho das cobertas até sorrio
Não abandono a minha cama por ora
Talvez, apenas quando surgir um estio
Porque, quem abandona sua cama, chora.

É preciso sair da cama, mas não tanto
Pois optar por em casa no ócio me assiste
Então vou deixando a coisa rolar, portanto

É o tal inverno mantendo o poder em riste
O qual entendo deve ter algum quebranto
Mas, sinceramente, isso me deixa triste.

sábado, 17 de junho de 2017

Érato

Entre os tantos textos em versos e prosa
Deve haver algum melhor ou prazenteiro
O qual, que tal um autor, portanto me entrosa
E, se há, dele não me faço prisioneiro.

Posso até pensar que é coisa milagrosa
Que nem tudo que faço vai para o chiqueiro
Portanto, Érato, muitas vezes me esposa
Então, lá vou eu com um poema certeiro.

Tão bom é saber que nem tudo vira brisa
Que as vezes alguma qualidade brota
E tão bem que nenhuma vírgula precisa.

Em consequência, não pareço um idiota
De produção sem nuanças, de alma lisa
Com alguma qualidade que não se nota.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Ladrão sim, vacilão jamais!


E tudo começou no interior do nordeste
Nasceu aquele molusco, a futura peste
Depois, metalúrgico no abecê paulista
Fez dos sindicatos sua maior conquista.

Tornou político, cada um gesto feito
Praticando muita torpeza no seu jeito
Tanto, que por doze horas foi pra prisão
Por tal, ganha para sempre uma pensão.

Foi um presidente populista e popular
O qual roubou e permitiu aos ricos roubar
Sua família tornou-se muito abonada.

E ele, sinceramente não sabe de nada
Então, todos sabemos que é um ladrão
Mas, safo, não consta que seja vacilão.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Poetas?

Esses poetas sempre em busca do belo
Tal qual cães que vivem uivando para lua
Como bardo, também à Selene eu apelo
A qual me atende e mui raramente recua.
                                                                            
Se minha busca de inspiração eu revelo
O estímulo a criar é totalmente sua
Então trabalhoso poema vai ao prelo
Mas no firmamento essa musa continua.

O vate, portanto, não é desapegado
E seu sentimento apenas segue torrente
Pois fazer versos depende de seu estado.

Um vate não é um aedo simplesmente
É o alpinista que no topo tem estado
Então, sua poesia esclarece a não mente.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Trump, o Maldito!


Com o mal que grassa, minha indignação cresce
Vive este Planeta, um terrível momento
Pois a besta Trump, no cenário aparece
Tal como um asteróide no firmamento.

Pois, aquele Senhor da guerra e da desgraça
Tem tantos poderes, que deuses nos ajudem!
Que algo para reprimi-lo, então, se faça
Ou que suas posturas, bastante se mudem.  

Acho que o Planeta não merece esta sina
Porquanto se não coibir este canalha
Cairemos da grandeza pra vil ruína.

Esse presidente, tanta incerteza espalha
Que sua luz, talvez só o inferno ilumina
Enquanto aqui, os justos jogam a toalha.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Talvez

Dentro, alguma inquietação me habita
Talvez presa, como na jaula uma fera
Eu sonho que esse desassossego espera
Que será usado numa melhor escrita.

Mas quando um dia eu estiver bem na fita
Querendo, por certo, agradar a galera
Ou produzir texto como nunca fizera
É isso! Já sei porque existo! meu ego grita.

Feita a prima obra, a inquietação se esgota
Pois não mais se justifica a sua existência
Acalma-se o ânimo, vai embora o furor.

Daí, sinto que talvez cumpri minha cota
E, no meu imo, desapareceu a insistência
De modo que sou bem sucedido construtor.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Um cão chamado ABIN




Inocentou-me o Tribunal Eleitoral
Mas é claro que teria que ser assim
Agora tenho que tratar dum outro mal
Porém, para tanto, tenho nas mãos a ABIN.

Para resolver, sou presidente afinal
Portanto a justa não pode abusar de mim
Eles querem briga? Então eu vou pro pau!
O primeiro da minha lista é o Fachin.

Mandei grampear esse maldoso juiz
Pois, não se trata com pão de ló, a justiça
Acusa-lo de corrupção foi o que eu fiz.

Pode não parecer, porém sou bom na liça
Vou fazer, portanto, do modo que eu quis
Como quem, ao tal juiz, um cachorro atiça.

domingo, 11 de junho de 2017

Perseverança

E, quase sempre, um esforço vale a pena
Desde que se tenha perseverança intensa
Por este mundo ser uma tremenda arena
É luta árdua mais do que a gente pensa.

Contudo se a esperança ao longe acena
Haverá que crer que um esforço compensa
Então a satisfação nunca será pequena
Pelo contrário, pode ser grande, imensa.

E há quem se veja num enorme naufrágio
Sinceramente, não é isso que procuro
Porque vejo que existe um bom presságio.

E não vim ao mundo a passeio, asseguro
Sei que para viver há que se pagar ágio
Nunca esperar a vida em cima do muro.

sábado, 10 de junho de 2017

A vida

Não enxergo o futuro, eu não tenho planos
Então, quando saio, não penso no regresso
Vivo o agora e sequer cogito nos anos
Tranquilidade e calma, é isso que peço.

Viemos vazios ao mundo, nós humanos
Só depois nosso soft ware foi-nos impresso
E não consta que, malévolos nós sejamos
Porém, com certeza, ao mal temos acesso.

Podemos escolher uma ou outra senda
O destino que determinarmos na hora
Porque melhor é o soneto que a emenda.

Permaneço, não tenho que ir-me embora
E pouco se me dá que este mundo entenda
Aquele que vai quer chegar, quem fica chora.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Jatinhos para todos!


O presidente na berlinda, quem diria!
Nossa!, isso nos deixa a compreensão tonta
Porquanto, não estava em alguma conta
Essa rematada e fulminante razia.

Todo político tem a mesma mania
De roubar, se oportunidade desponta
De maneira geral, roubalheira de monta
Que beira uma pernóstica pornografia.

Portanto, Temer, com tranquilidade atroz
Se fez, num jatinho privado, transportar
- Eu desconhecia o dono! Foi sua voz.

Ele tem razão, jatos andam soltos pelo ar
Totalmente disponíveis para nós
Pra quando queiramos pelo mundo voar!

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A vida nem tão secreta dos Porcos

George Orwell

(Uma homenagem a George Orwell e seu livro "A revolução dos bichos" )


Os porcos não livram a cara de ninguém
Os porcos pensam apenas em si e nos seus
Os porcos dizem que os demais são plebeus
Os porcos ao povinho tratam com desdém.

Os porcos, então, o maior poder detém
Os porcos se acham representantes de deus
Os porcos à probidade dizem adeus
Os porcos afirmam: só nós somos alguém!

Quem são essas suinidades, afinal?
Simples: deputados, senadores, e afins
Que sugam o país e difundem o mal.

Portando belas máscaras de querubins
Achacam, afanam, rapinam, o escambau!
Se você vacilar, roubam até seus rins.