quinta-feira, 30 de junho de 2016

À Morte

mirror.com.uk

Muito lenta, mas inelutável, a morte
Conto, que, no meu caso ,venha-me ao leito
Não parece bom que possa ser doutro jeito
Pois então, que suavemente me transporte.

A ceifadeira, que da vida é mais forte
Sobre todos seres vivos tem seu conceito
O qual, normalmente, sempre será aceito
Porém, apesar disso, a ninguém o conforte.

Pode, certo dia, a morte vir em tumulto
Que, aos berros, irromperá à nossa porta
Como se deseje dela ficar oculto.

É que, dessa maneira a morte se comporta
Para ainda aplicar um supremo insulto
À pessoa que logo, logo, estará morta.

A Presidenta


Nós não determinamos nenhuma meta
E vamos administrando deste meu jeito
Vai dar certo? Me poupe não sou profeta
Tampouco este meu governo é perfeito.

Pois todos sabem, eu calada sou poeta
Porém, depois de um qualquer malfeito
Rapidamente vou tirando o meu da reta
Contudo, nenhuma acusação eu aceito.

Agora, quer me impichar esta oposição
Essa cambada que roubou tal como eu
Mas cada um deles, se acha santarrão.

Não sei onde o caráter deles se perdeu
Que agora ao meu mandato dizem não
Porque eleitor que votou diz que é meu.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Que bicho sou eu?

Internet: mzphotos.com

Sou inseto voador que vive numa boa
Sobre mim falam por aí muita besteira:
-Olha esse bichinho que muito mal voa!
E continuo nos doces e comidas faceira.

Porém, jamais saio por aí voando a toa
Prefiro locais apetitosos como uma feira
E as vezes perturbo até pacata pessoa
Se pico., o animal picado sente coceira.

Na cozinha sou o terror dalguma patroa
A qual vem combatendo sua vida inteira
Porque pelo mal que faço me amaldiçoa.

Assim, tenho a reposta que você queira
Sendo que a maior parte não me perdoa
Eu sou a não benquista mosca caseira.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Que bicho sou eu?

internet: funny.pictures.picphotos.net

Sou inseto coleóptero, pois élitro tenho
Na verdade, minha beleza está exposta.
Pois comendo excremento me sustenho
Mas nem toda a minha raça disso gosta.

Em geral muito variado é meu desenho.
Então. na formosura pode fazer aposta.
E duma família bonita é de onde venho.
Que além de bela sempre está disposta.

Sou determinado, assim quase ferrenho
Tanto que me dizem possuir dura crosta
E alimentação esdrúxula eu mantenho.

Agora para você saber a certa resposta
Lembre das fezes animais que obtenho
Você já sabe, sou o besouro vira-bosta.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

O jogo

Esse antigo jogo de perde e ganha
Se desenrola neste nosso dia-a-dia
Sendo um jogador cheio de manha
Essencial que mantenha a ousadia.

Jogo que toda esta vida acompanha
Onde não aconteça qualquer apatia
Ganhar, que não seja uma façanha
O jogo pede até na derrota, alegria.

Devido ao resultado daquela disputa
As vezes se diz de cartas marcadas
Veja bem, este jogo um meio de luta
Indiferente a quem faz suas jogadas

Deixe que falem esses filhos da puta
Apenas jogue mas não faça cagadas.

domingo, 26 de junho de 2016

À ponte


Adventício este mundo se nos parece
Tentemos ponte invés de descaminho
Rapidamente uma perspectiva cresce
Assim desnudamos um viver miudinho.

Via dupla de interrogações e sorrisos
É tal qual transpassar a vetusta ponte
Silêncio e burburinho então imprecisos
Deixam levar de carona com Caronte.

Apenas do lado de cá existirá pecado
Pensamentos voam em outra direção
Opcional, permanecer no mesmo lado.

Néscios, estabelecidos ali onde estão
Tentam as vezes explicar o desiderado
Enquanto imobilizados nalguma prisão.

sábado, 25 de junho de 2016

Que planta sou eu?

Meu nome de batismo é Aloe vera
Sou útil, abundante mas não prosa
Antes ilustre desconhecida eu era
Isto posto nem sequer sou formosa.

E me considero uma planta sincera
Que não quer competir com a rosa
Nenhuma vaidade de mim se espera
Tenho a baba espessa e sou viçosa.

Mulher vaidosa de mim se apodera
Pois me usa cabelo e fica fabulosa
Percebem que não sou uma quimera.

Todos gostam de mulher charmosa
A qual semelha-se a linda pantera
Então já sabe, sou a planta babosa.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Que planta sou eu?

Pois tenho formato de uma rasa taça
Minha carne aos homens dá dinheiro
A mata sem mim não tem mais graça
Mas sempre sou abatida por primeiro.

Ser árvore mais formosa dessa praça
Não me liberta do lenhador intrigueiro
Pelo contrário, sou promovida à caça
Abatida, fatiada e usinada por inteiro.

Desse modo agora me tornei escassa
Transformada em lenha para fogueiro
Vítima duma sanha que jamais passa.

Buscam-me através dalgum sendeiro
Pra fazer papel me diluem na potassa
Então agora sabem, eu sou o Pinheiro.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Humildade

Onde tantas galáxias fenomenais
Vastíssimas comedoras de planetas
Aspiram sistema solares e que tais
Sem que qualquer delito se cometa.

Tantos sóis refulgentes igual cristais
Orbitam buraco negro tal borboletas
Um pelo outro nem um pouco iguais
Nos carrosséis que lembram roletas.

Inimaginável essa absurda vastidão
Vagueiam sem rumo conglomerados
Enquanto apenas supomos como são.

Resta ao Homo sapiens, o degenerado
Submisso, apenas soltar a imaginação
O que o faz totalmente mesmerizado.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Réquiem para Juma

Juma durante cerimônia da tocha olímpica

Sou a onça que por homens fui abatida
Por sete anos vivi em florestas do norte
Adotada pelos militares, eu tinha sorte
Mas, os tais soldados me tiraram a vida.

Agora me julgam, como sendo suicida
Porquanto, que ataquei-os por esporte
Dessa maneira, flertando com a morte
Que me faz eternamente arrependida.

Balela! onça ama sua vida como você
Mas Homo se acha rei da cocada preta  
Detentor de qualidade que não se vê.

Então não percebe ser vírus do Planeta  
Porquanto tudo pode, sem dizer porquê
E na verdade tem um cérebro cambeta!

Frio é foda!

Até os ossos doem agora de tardinha
A idade somando-se ao frio: cansaços
É cruel a idade, o inverno se avizinha
Não vou acolher a geada nos braços.

Frio era benvindo se pouca idade tinha
Agora, francamente, afetos são lassos
E, para aquecer, edredons e abraços
Nada igual uma cama bem quentinha!

Durante o dia um bom capote e touca
Tomar chimarrão por qualquer ensejo
Então, até rio daquele que ri de mim.

Pois a saudade do verão não é pouca
E fazer qualquer atividade não desejo
Ver tevê tomando chazinho de jasmim.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Ao corpo

É natural que nos sintamos eternos
Onde vida existe esperança grassa
Tem a vida verão, outono e inverno
Enquanto há ânimo, a vida é graça.

Mas a natureza não considera assim
Porque o tempo tem o próprio critério
Obstinado, do homem quer seu botim
Domina exigente e possui um mistério.

O corpo, contrário ao que se pensa
Contém seu propicio tempo de vida
Obnubila-se por acidente ou doença.

Rápido como uma flecha desferida
Perde viço até que o tempo o vença
Obediente, ele na morte tem saída.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Valores


Vastas somas de talento e dinheiro
Associam-se em nome da vaidade
Inclui no pacote médico açougueiro
Debuxando corpo com ambiguidade.

Algumas mulheres perderam o chão
Deixam-se levar por algo indefinido
Entram na espiral da beleza/dragão
Em que a estética perde o sentido.

Beleza acima de valores quaisquer
- Eu sou bonita, o resto não importa.
Lídimos artistas me fazem A Mulher!

E o que dizer de alguma boca torta,
Zerando o que a natureza quis fazer?
- Ao invés de feia, me prefiro morta!

domingo, 19 de junho de 2016

Um pai feliz


O dia dezenove, marco com certeza
Pai do Benjamin, eufórico deve estar
Aniversário de um mês, que beleza!
Inicia a vida do bebê, outro patamar.

Depois que gorou sexo de gametas
Em tubinho “in vitro” sobre a mesa.
Bastou um corpo-a-corpo sem tretas
Então gravidez! Nenhuma surpresa.

Note que havia o Johnny na praça
Já que a natureza escreveu assim
Agora, o João ao Benjamin abraça.

Menino e bebezinho são bem afim
Iniciam a amizade que os congraça
No futuro dois filhos, o maior festim.

sábado, 18 de junho de 2016

Às partituras da vida



Seriam do amor eternos os encantos
Um mistério do corpo na alma escrito
Assim como ao piegas causa espanto
Síndrome do mistério sempre maldito.

Pelas naus do imaginário sem vontade
Assume as horas de espera tão vazias
Retribuindo medo de ser, sem maldade
Tudo que sei desde sempre pois sabia.

Inventado flores tais mártires covardes
Têm uma visão de universo invertido
Um sonho é pura expressão de alarde.

Relevante como não poderia ter sido
As vezes quando o tempo vem é tarde
Sem que partituras lhe caiam no olvido.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Nublada Floripa

Foto: noticias.terra.com.br

Floripa envolta em tênue névoa baça
A qual nos envolve e o céu descolore
Nuvens inibem que astro-rei colabore
E o inverno suas opacas linhas traça.

Ficando assim, o dia meio sem graça
Queremos que fim da caca não demore
Pois que tira da ilha o charme “offshore”
Enquanto o nosso turismo despedaça.

Porque esse é um clima meio cretino
Não traz chuva nem traz frio fecundo
E parece mais um destempero divino.

Mas a lambança não é poço sem fundo
E pode até ser um passageiro desatino
Justo por isso não anuncia fim do mundo.

Justiça (a)final!

O fausto, riqueza com joias e pedrarias
Movido por contas bancárias fabulosas
Obscenas quantias de origens sombrias
Fazem estrago por rapinas tenebrosas.

Em Brasília quase sente-se fim dos dias
Quando tema é Moro, cessam as prosas
Próceres da polítrica sentem costas frias
Nessas majestáticas mansões luminosas.

Pois viveram mamando por tantos anos
Que estão particularmente ressabiados
Uns poucos, apostam nos desenganos.

Contudo outros já se veem ecarcerados
E com muita rapidez recolhem os panos
Andam pela rua olhando para os lados.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Inverno

Outono um tanto suave, inverno dorido,
Mensageiro implacável desse letal frio
Muitos sem teto com a vida por um fio
Até que estação inverno tenha partido.

E porque o verão continua adormecido
Incomoda-nos esse tempo tão sombrio
O Pindorama tropical com gelo no rio?
Quem sabe endoidou o clima querido.

Ponha casaco! Ordem que a mãe dava
Pegar resfriado era o seu maior receio
Então, muito alerta, ela sempre estava.

Acredito que frio agora é maior também
Então, se virtude portanto está no meio
Minha mãe sabia dos males que advém.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Massacre



Covarde, o radical disfarçado de valente
Pelo poder das armas letais embriagado
Nas escrituras, diz: claro está o seu fado
Então é juiz e feroz verdugo dessa gente. 

No Pulse, pululando a multidão contente
Tiros! no chão mortos e ensanguentados
Inocentes, por esse maldito metralhados
Rindo-se, por aquela matança, indiferente.

Há de apodrecer no inferno que acredita
Executado que foi naquela péssima hora
E a humanidade desagradece sua visita.

Pelo seu legado, toda a sociedade chora
Ao radicalismo idiota, o massacre debita
E pede paz e entendimento sem demora.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Réquiem para Orlando


Sou dono da verdade, sou intolerante
Porque ela com ela e ele com ele, não!
Liberdade sexual é conduta aberrante
Pois a natureza não nos dá esta opção.

E mais, escritura não é livro diletante
Ela nos impõe os dogmas da religião
Pois não há pecador que não espante
E todos pecados na nossa mira estão.

Homofóbico, me comporto como um rei.
Me magoo, pois de mim ninguém gosta
Eles são gente imprestável, isso eu sei.

Viados, jamais vão ganhar essa aposta
Arrogo-me supra sumo caçador de gay
Mas sei, no fundo sou apenas um bosta.