quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A caminhada

É assim, nada sai donde nada se espera
Pois então, para justificar porque aqui veio
E o que justamente esta experiência era
Mostre ao mundo que não está a passeio.

Amigo, não esqueça que a vida é a vera
Portanto, desmorona sem nenhum esteio
Vence aquele que os obstáculos supera
E aos impulsos desordenados, põe freio.

Neste planeta somos todos passageiros
Não há desculpa para não seguir adiante
Desistem os lentos, na frente os ligeiros.

Mas, suor e determinação no semblante
Mostra aqueles vencedores verdadeiros
Cujo caminhar sempre audaz e confiante.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Agenda

Minha agenda conta cada feia derrota
Como se minha vida fosse grande guerra
Muitas vezes, pequena vitória nem se nota
Porém, no fim do ano a agenda se encerra.

Assim se é bom, dá pra corrigir a rota
Aquele que ao resultado ruim se aferra
Haverá que afundar e levará a sua frota
Mas eu prefiro meus pés fincados na terra.

Se controlo meu dia nada me atropela
Segue a vida sem óbices ou embaraço
Mas no fim dará no mesmo: caixão e vela.

Pelo menos tenho controle do que faço
Então esta postura sempre por mim vela
Porque, no meu caminho conto cada passo.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Quase nada sabemos

E ntre nós e o universo, o mistério
N ada, amigo, por acaso acontece
A contecimento, leve muito a sério
D eixe prá lá se vida é sua messe.

A penas os mecanismos do sitema
É que darão todas as cartas, afinal
P arece que eles o têm como lema
O nde podem fazem o bem e o mal.

R ealmente, sabemos quase nada
A ssim, desse conluio somos cisco
C omo tal, apenas dados da jogada.

A penas, nas pedras, um marisco
S obre o qual, o mar arma a cilada
O u, no fim da sentença, asterisco.

domingo, 27 de agosto de 2017

Flores

Afinal, desponta na flor, a primavera
Excitada, ficam seus pistilos molhados
Saudável esperança que a vida lhe dera
Para aromar todos os jardins encantados.

Curtem a vida, a fazer tudo que pudera
Buscam seus pares, nenúfares azulados
Narcisos unidos, formam uma galera
Porém, todos estáticos, são enraizados.

Elas formam um quadro bucólico, enfim
Onde a tristeza não entra, lá não tem vez
Rosa é cor, dália brilha, olor é de jasmim.

Mas são efêmeras, vivem só por um mês
Porque tanta beleza tem que ser assim?
Pra não entediar nossas mentes, talvez.

sábado, 26 de agosto de 2017

A vida é...

Porque, a vida não é uma imensa lhanura
Duma monotonia entediante, estranha
Será mais, montanha russa a qual assegura
Sustos e viradas, que essa vida acompanha.

Os óbices e transtornos, trazem aventura
É como escalar uma assombrosa montanha
Que talvez atinja as raias duma loucura
Porém, as vezes de surpresa, nos apanha.

Mas, há outro lado, uma existência serena
Uma que desliza, de contorno suave
E há quem diga que por certo vale a pena.

Porquanto é tranquila como um conclave
Nesta sua passagem grande ou pequena
Onde não há nenhuma coisa que a entrave.
 Onde não há nenhuma coisa que a entrave.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A Musa


A musa não mais me visita, e anoiteço
Esperando que ela volte depois da aurora
Pedir-lhe-ei, então, que aponte um começo
Depois estará liberta pra ir embora.

Não importa que seja poema pelo avesso
Desde que extinga a chama que me devora
Porque sei que o alumbramento tem um preço:
Que é enfrentar teclado de hora em hora.

Então, finalmente, surge um novo dia
Eis que toda a esperança se torna vã
Porque vai embora a inspiração que existia.

É bem simples, nada produzo esta manhã
Nesta mente não há lugar pra poesia
Pois prefiro, enfim, manter minha mente sã.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Sonho

Povoados meus sonhos de visões, talvez
Vívidas que, me parece, enviam mensagem
Contudo, não as entendo, vejam vocês
Pois me parecem efêmeras, de passagem.

Acode-me, no entanto, alguma sensatez
Que o sonho não reflete nada, é mixagem
Entre real, medos e frustrações, os três
Fazendo somente uma efêmera imagem.

Porém, se o sonho trouxer emoção irada
Aí entramos na área dalgum pesadelo
Que na emoção dá uma boa cacetada.

Acordar, é no sonho jogar balde de gelo
Obrigando-o tomar rumo, outra estrada
Muitas vezes, até vale a pena, fazê-lo.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Líderes de merda

E, Trump e Kin Jon Un, dois autênticos bostas
Agora rosnam um para o outro, belicosos
Nos dizem estar fazendo suas apostas
E, para brigar estão ambos ansiosos.

Desejam fazer a guerra que ninguém ganha
Com aqueles seus atômicos artefatos
Realmente essa gente é deveras estranha
Estão brigando primeiro com desacatos.

O mundo, perplexo, não percebe o porquê
Porquanto, não vê nisso tudo, nenhum ganho
Os merdas parecem palhaços da tevê.

O rosnar deles está bastante estranho
Porém, tenho solução meio demodê
Um matando outro, já está de bom tamanho!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Lirismo, sincronia da natureza

O relógio do campanário emudece
O próprio tempo, parece, imobiliza
Como que ao céu, sobe uma prece
Que, solene, sua carência enfatiza.

Nos páramos, sopra vento solitário
Que desimpedido pelo chão desliza
O vento se entende desnecessário
Então, se transforma em mera brisa.

No entardecer a revoada de pardais
Os quais dão movimentos aos ares
Que púrpuro, tem brilho e tudo mais.

Uma quietude, apesar dos pesares
É sossego e calmaria transcendentais
O qual junta céu, nuvens, rios e mares.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Reflexão

É demasiado o preço que pagamos
Pelo furor fluindo em nossas veias
Pela condução daquilo que amamos
Ou os desgastes que isso encadeia?

Do bosque somos apenas uns ramos
No mar, servimos hipotéticas sereias
Quando cansados, logo logo paramos
Mundo que nos dá asas nos dá peias.

E aqueles que os vemos porque vêm
Que o ganham, perdemos os demais
Há até quem só contracene também.

E, existem enumeráveis óbices e ais
Que as vezes nos param, nos detém
Frente a contratempos, somos iguais.


domingo, 20 de agosto de 2017

Acróstico

Hoje nasceu na Austrália meu terceiro neto, Blake Alister Lopes, na cidade litorânea de Kiama.

Bem, trata-se de bebezão bem apressado
Logo cedo, conhecer seus pais ele vem
Antes na barriga da Megan acomodado
Kiama, bom lugar pra criar este neném
E um avô babão vai ficar encantado.

Acaba de nascer este baby, então
Leste da Austrália, na cidade praiana
Isto sim é bom! há lagostas de montão
Sendo pescar, um hobby no fim de semana
Tem muito peixe, ostras e algum camarão
E a praia de águas limpas é mui bacana
Resta que seus pais muito felizes estão.

Longe do Canadá, e longe do Brasil
O Blake deverá crescer na Austrália
Por isso terá um diferente perfil
E terá a frente outro tipo de batalha
Será, por certo, um menino bem viril.

sábado, 19 de agosto de 2017

Poesia

Pra fazer versos não precisa ser asceta
Porém, precisa as pestanas ter queimado
E mais: ter em mente certa aceitável meta
Então, todo o universo ouvirá seu brado.

Eis que, ao morrer, a sua obra se completa
Pois senso dos leitores a terá filtrado
E ganha força, mesmo criação discreta
Mas os seus erros? Apagam-nos o passado.

Versar é ensacar temores e sensações
Embrulhados em transparentes versos
É externar variadas perguntas e senões
Criar estranhos singulares universos.

Dosar muito bem as pitadas e porções
Para não cair nos tais caminhos transversos.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Mente

Quero clarear minha mente nevoenta
Pois, embaçada ela as vezes tem sido
Contudo, como já traspassei os setenta
Certa dolência mental faz todo sentido.

A mente repleta de animação, inventa
Então, pode-se ouvir ao longe o seu balido
Refrescante como uma bala de menta
Talvez, um argentino som a ser ouvido.

Ah, mente arejada, és refrescante brisa!
Tudo que quero: explorar teu potencial
Porquanto sei que, se o quiser tu o realiza.

Vamos lá, ó mente querida, taca-lhe pau!
Pra criar, da sapiência vista a camisa
Porque, assim juntos, não vamos nos dar mal.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A Musa

Se um dia toda inspiração for embora
Formando com o pensamento um cortejo
Eu garanto, meu lado poeta então chora
Esperando por um novo azo ou ensejo.

E vazia, como está minha mente agora
Tão cheia de sonhos e sem algum desejo
Acho que minha Musa, somente me ignora
E minha relação com ela então revejo.

Querida Musa volte pra sua morada
Se vieres toda traição então olvido
Daí, fazemos de conta que aconteceu nada.

Ó Musa, eu não sei como contigo lido
Você é cruel, vingativa e até malvada
Quando vier, talvez eu já tenha dormido.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Palavras

Entender todas as palavras eu quisera
Cada especificação, para meu conforto
Domar absolutamente este termo fera
Então mergulhar no seu íntimo, absorto.

Se é redondo nem sempre será esfera
Mas só quem sabe vai a um seguro porto
Então, se destaca dessa ignara galera
Pois, pra literatura não estará morto.

Vernáculo não é evento de ocasião
É ferramenta presente, necessária
Porquanto, a ela não se pode dizer não
Há que adota-la de maneira voluntária.

Gramática e criatividade, onerosos são
Porque de graça, só resfriado e urticária.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Vida

Nosso universo é pejado de  mistérios
Talvez aguardando serem elucidados
Que vão encantando os cientistas sérios
Que pra soluciona-los necessitam dados.

Mas nem pensar que existam refrigérios
Se assim fosse não teríamos malogrado
Todos os estudiosos de dois hemisférios
Que suas pesquisas não haviam parado.

E, confortáveis, envoltos pela atmosfera
Cá vivendo como se o futuro certo fosse
Não nos interessa se tudo um dia já era.

Aproveitar a vida enquanto esta for doce
Pois nunca a coisa vem como se espera
E, viver confortavelmente não é precoce.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Homo idosus

Vai, idoso, fazer sua caminhada lenta
Indo pra longe, talvez, de sua morada
E saiba que de andar, idade não isenta
Pois está a tua espera, a trilha calada.

Porém, ninguém é moço com mais de sessenta
Embora a vida seja muito sossegada
Contudo, se correr por aí você intenta
Lembre que é difícil até subir escada!

Mas, perceba a magreza deste seu teu braço
E a quase inexistência da sua bunda
Essa presbiopia no teu olhar escasso.

Enquanto mais nos teus anos você afunda
Então, uma advertência portanto lhe faço:
De tanto olhar o solo vai ficar corcunda.

domingo, 13 de agosto de 2017

Meu pai


Não, meu pai nunca foi um homem perfeito
Falo de Ananias meu pai já falecido
Contudo, ele deu o melhor de si lá a seu jeito
Porquanto fora um bom caráter desmedido.

Dentro da pobreza que andava nossa vida
Na pobre mesa jamais se via fartura
Mas ele via no estudo a única saída:
“Quem estuda, no mundo achará o que procura”.

Pois assim crescemos nós, os cinco rebentos
O pai legou-nos exemplo de honestidade.
Vida composta somente de bons momentos.

Hoje meu pai olhando talvez da eternidade
Deve notar para onde sopram nossos ventos
Daquele seu legado pra posteridade.

sábado, 12 de agosto de 2017

Ontem, hoje e amanhã

Entre ontem e amanhã, hoje é a distância
E, fundamental é, que assim seja, no entanto
Entre passado e futuro há discordância
Discretos, cada um ocupando seu canto.

Passado deixa ao futuro uma fragrância
Mas, o futuro existe apenas como encanto
Jamais o visitou nossa vã ignorância
Que a ele dedica veneração no entanto.

Daqui, pro futuro, vivo caminho ledo
Porém, ignora-lo, não existe algum meio
Então se imperativo, não resisto, acedo.

Então o Homo para contestar, aqui veio
Pois sê vê impetuoso, sem nenhum medo
Assim leva a ciência ao cume, de permeio.