terça-feira, 21 de abril de 2015

Vestida de gala

Vestida de gala, esperando lá estava
Usando talvez o seu melhor perfume
Até com colar de pérolas ela contava
E num rosto virtual nenhum queixume.

Vestida, bem baixinho só cantarolava
Imaginando que àquela triste canção
Uma entonação argentina então dava
Ao calor de aplausos de viva multidão.

Então vestir-se bem para fazer poesia
Esperando ansiosa que chegue o dia
Como o pássaro que estação espera

Sem a certeza que até lá ainda canta
Que assim pois permitirá sua garganta
Quando finalmente chegue primavera.

2 comentários:

  1. Mais um belo soneto, meu caro amigo poeta Jair. Um abraço. Tenhas uma boa noite.

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  2. Nem só de sátira vive o verbo deste poeta, há um lirismo comovente em sua verve. Evoé!

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