sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Abismo

Lutando corpo a corpo, com a morte,
À borda dum abismo estou clamando
Aos ventos, e seu silêncio ignorando,
Sei que minha voz briga com a sorte.

Então, tendo que morrer me faço forte
E não me interessa como nem quando
Pois, enquanto vivo estarei sonhando
E não há força que minha vida aborte.

Nesta luta vil, minha mão alto levanto
Abro os olhos: percebam, estou vivo!
Embora me sinta meio morto um tanto
Me lixo para esse ambiente corrosivo.

Mas se viver eternamente é espanto,
Imagine como se mostraria cansativo!

Um comentário:

  1. "Mas se viver eternamente é espanto,
    Imagine como se mostraria cansativo!"
    De facto, meu amigo!!!
    Sempre em grande, poeta!
    Tem uma ótima quadra natalícia.
    Este ano será único, o nosso primeiro netinho está a chegar.
    Bjo, com apreço :)

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