Quando um poeta morre, uma estrela aparece,
fixa e transcendente no vasto firmamento;
será o cosmos reconhecendo no momento,
este bardo falecido que resplandece?
Então lá, Ferreira Gullar tomará assento,
onde por certo brilhará quando anoitece;
quando, na noite, vai colhendo sua messe,
espalhando poemas sujos pelo vento.
Porém o bardo fecundo não se vai, apenas,
e deixa trabalho que pra todos cai bem,
os versos homéricos e as rimas pequenas.
Mensagens, todas obras de Gullar contém,
exaltadas umas, outras de feições serenas,
contudo, inspiradas e brilhantes também.
Bonita homenagem, eu gostava tanto do Ferreira Gullar: homem íntegro, sofrido, verdadeiro e ótimo poeta... Tanta gente pra morrer antes e chamaram logo ele...
ResponderExcluirSuas palavras:
A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz.
Abraço, Jair.