segunda-feira, 17 de setembro de 2018

História da vida

Imagine que a vida corre como rio,
fluindo indolor, mas dos óbices se esquiva;
e guarda seus segredos em expectativa,
no fundo de seu coração esconso e frio.

As vezes remansoso, outras em rodopio,
nesse curso se comporta tal coisa viva;
mas, o tempo certo dia dela nos priva,
daí então nosso espírito adentra o vazio.

Caminhada que vamos, um tanto espinhosa,
e nos picos, até haverá alguma glória,
que providencialmente o homem a goza.

Então tudo que acontece será história,
porém, submissa à natureza poderosa,
a qual é guardiã da coletiva memória.

2 comentários:

  1. Que lindo, Jair, nada como a natureza, há pouco estive pensando exatamente nisso, alegre é a vida, a natureza, mas pensar que um dia... dói um pouco, nessas circunstâncias o 'passado' é a única certeza.
    Ficará apenas uma história.
    Abraços, poeta!

    Então tudo que acontece será história,
    porém, submissa à natureza poderosa,
    a qual é guardiã da coletiva memória.

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  2. Meu caro amigo poeta Jair, nos brinda com mais um soneto de profunda filosofia. Tenho percebido nos últimos poemas do amigo um Augusto dos Anjos repaginado, ultramoderno, com uma pontinha de melancolia. Só uma pontinha. Um abração. Tenhas um ótimo dia.

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