As interrogações da vida, as vezes
Morrem, derretem na palma da mão
O morno canto das cigarras corteses
Resvala no sorvete que está no chão.
Ah meu caro, amora derretida esfria
Sorvete, até o céu da boca congela
Deixe estar, coma a casquinha vazia
E aproveite o sabor que existe nela.
Respire os ares desse verão morno
Retire portanto o que mais lhe apraz
E lembre de ir reto, não faça contorno.
Talvez seja bom não olhar para trás.
Idas e vindas tem o amor e o verão
Decida se queres reviver as mágoas
Ao menos saiba: aflitivas lhes serão
Seria melhor nadar em outras águas.
Ainda ontem estava eu comendo amoras no pé, no fundo do pátio, após exaustiva e desesperadora luta pela vida, travada por minha mãe com um AVC, fraco, graças a Deus, mas com possíveis sequelas, já que ela está fragilizada, envelhecida, enfim, fiquei com ela no hospital e agora ela dorme em sua cama, aqui em casa, como ela me pedia no hospital... atravessei mais uma ponte de vidro...após me deliciar no pé comendo amoras, entro neste nosso mundo internético e tu estás ali, aqui, ao meu alcance, e conhecedor de minhas entrelinhas (brinco com isso, por gostar muito do que escreves, não que sejas um bruxo ou algo assim rs), o senhor de todas as palavras me brinda com esta pérola, este primor de poema...não acredito em co, Jung já me disse...amoras meu amigo e xará Jair, amoras para brindar mais uma etapa vencida. Obrigado sempre.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
ps. Tuas Crônicas Esparsas me acompanharam nesta aventura de vida e morte com minha mãe, e tiveram momentos que teus escritos aliviaram o tempo, a angústia e me levava para tuas histórias, quanto mais eu eu leio, mais me encanto com teu vastíssimo conhecimento, acho que eu sempre soube rs, mais uma vez, obrigado amigo.
Belo poema poema na forma e no conteúdo, meu caro amigo poeta Jair. Isso ai, viver a vida sem complicações. Um abração. Tenhas um belo dia.
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