Como só material orgânico no solo
Meu doce lar é minha modesta toca
Sou anelídeo silencioso, não
parolo
Arejar raiz de planta, o que me
toca.
Útil porquanto sem algum
protocolo
Quando essa utilidade alguém
evoca
Me usam como isca, talvez com
dolo
E lá vou eu fisgar alguma
cocoroca.
Por causa da pescaria pois me
imolo
E alguém por isca artificial me
troca
Com vara, anzol e engodo à
tiracolo.
Quando o pescador em mim não foca
Fico portanto tão feliz que deito e
rolo
Porque afinal, sou humilde minhoca.
Caro amigo poeta Jair, teu excelente soneto trouxe-me a lembrança episódios ouvidos na minha infância, histórias contadas por pescadores, amigos de meu pai, nos dias chuvosos, em roda de chimarrão. Lembro especialmente de uma em que o herói (mentiroso) dizia que estando em pesqueiro muito fértil mal tinha tempo de pôr a minhoca no anzol, jogá-lo na água e puxar o peixe, mas quando cansou daquele mister, eis que os peixes impacientes pela demora, pulavam sobre a água para espiar o pescador e acabavam caindo no terreno seco, ou seja, sobre os sacos de peixes já pescados, facilitando a tarefa do nosso amigo...
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas um bom dia.
Nossa... quando lembro de minhoca (pobrezinhas) lembro de pescarias. Depois nos canteiros ou vasos de plantas. Nunca deram paz para os pobres bichinhos...
ResponderExcluirAbraços!
Adorei,Jorge.
ResponderExcluirEscuto tantas histórias de pescadores,mas nenhuma tão original como seu poema.
Gosto de seu jeito,amigo.
Uma quinta-feira com paz e alegrias
Abraços
Donetzka