terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A chuva

Como era tão intenso aquele cheiro
Havia nele um quê de odor saudade
Era como enchesse o planeta inteiro
Indicando a terra cheia de umidade.

Regando a terra, a chuva lacrimosa
Ordenha nuvens demais benfazeja
Deitando lágrima nessa terra porosa
Esperemos que assim sempre seja.

Terra molhada evoca as lembranças
Enclausuradas no fundo da mente
Revemos os folguedos das crianças
Recordamos o bom de antigamente.

Ah, que saudade da terra molhada
Meu pensamento se perde por ela
Os olhos que veem a nuvem opada
Lá estão lembrando a velha janela.

Hoje a chuva molha apenas asfalto
Ali onde terra tempos atrás  existia
Do cheiro anterior, agora só assalto
Aqui nesta vida de tão pouca alegria.

3 comentários:

  1. Caro amigo poeta Jair, terra molhada é tudo de bom! Pois é, o asfalto veio acabar com nossa alegria.

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  2. Olá meu amigo JAIR, senhor de todas as palavras...estas palavras refrescaram minha alma que derrete de calor, me fez sentir o aroma de terra molhada, de chuva de verão, de quando se é criança e os pais permitem tomar banho de chuva...este poema traz tantas lembranças, as melhores...vou tomar um banho frio para colar este poema sereno em meu corpo quente. Obrigado sempre meu amigo por tua honrada presença em meu blog.
    ps. CARINHO RESPEITO E ABRAÇO.

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  3. Muito bom!! Que saudades desse cheiro que há anos não sinto mais.
    O último verso fechou com chave de ouro. Bem assim. Nosso olfato desnuda certas saudades.
    Abraço.

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